Quicabo - Angola

Quicabo - Angola
Foto de Vasco D'Orey, montagem de Garcia Ferreira

Encontro em Castro Daire

FOTO DE FAMILIA

FOTO DE FAMILIA

Recordo 1…


Recordo...

A longa noite em que viajámos de Santa Margarida para Lisboa – Cais da Rocha.

As centenas de pais, mães, mulheres, filhos, namoradas, familiares e amigos que no cais acenavam um último (infelizmente para alguns foi mesmo o ultimo) adeus, enquanto o Vera Cruz se afastava.

Os dias passados a bordo que de algum modo serviram para cimentar amizades, delinear estratégias, formar equipas, viver a adversidade em conjunto num clima calmo.

A chegada a Luanda (o monstro estava diante de nós naquela baia lindíssima), a viagem para o Grafanil naquele comboio horroroso atravessando musseques da periferia de Luanda.

O dia D: distribuídas as armas, forma-se a coluna militar (curiosamente em camionetas civis) que nos levaria para a mata, para a guerrilha, para todos os nossos “medos”, para Quicabo, Balacende e Maria Fernanda, eram os “maçaricos” do B. Caç. 3838 em marcha.

A longa caminhada para Quicabo, a passagem pelo Cacuaco, Tentativa, Caxito, Mabubas… ai Mabubas… a partir daqui o coração apertou, os medos bailaram nos nossos olhos e mesmo até aqueles que como um certo Alferes que para ser forte dizia que nem queria uma arma mas á cintura levava 5 ou 6 granadas, não deixaram de sentir um arrepio frio. Enfim Quicabo estava á frente dos nossos olhos e perante a tristeza de uns estava a alegria de outros.

O conhecer daquele lugar onde deixaria 2 anos da minha vida, faria muitos amigos, viveria momentos de muita saudade e outros que não deixariam saudade alguma…

Garcia Ferreira

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