Quicabo - Angola

Quicabo - Angola
Foto de Vasco D'Orey, montagem de Garcia Ferreira

Encontro em Castro Daire

FOTO DE FAMILIA

FOTO DE FAMILIA

AINDA AS SETE CURVAS...

Com referência ao texto da autoria do amigo ANICETO PIRES, vou tentar complementá-lo.

Efectivamente no dia anterior, ao cair da tarde e quando já se anunciava a noite, logo após a ceia, tomada na messe dos sargentos, viemos, um grupo de amigos, para a respectiva esplanada:  um dos furriéis que com o seu pelotão, oriundo do Caxito, reforçava a CAÇ.3340, eu  próprio e mais dois furriéis.
Enquanto o furriel do Caxito, de quem não recordo o nome, pegava na sua viola e dedilhava algumas canções, nós outros bebericávamos uns whiskies e íamos deixando passar o tempo, absortos nas melodias que íamos ouvindo.
O dito furriel do Caxito, quando se fartou da viola e da nossa pouca atenção, entrou nas nossas conversas que, resumidamente, versavam sobre os 24 meses que estavam prestes a findar, ao invés dos seus poucos meses ainda de mato. Nós éramos uns sortudos, porque no dia seguinte completávamos a nossa comissão em Quicabo, enquanto ele e o seu pelotão ainda lá continuariam a batê-las.
Já noite bem entrada, despedimo-nos com um sorriso de gozo nos lábios, lembrando ao ainda maçarico que também chegaria o dia, para ele, do final da sua comissão. Mal sabíamos nós que aquela noite também seria, para ele, a sua última noite.
Chegado novo dia, cada pelotão regressou às suas tarefas diárias, sendo que ao pelotão do Caxito, chefiado pelo comparsa do dia anterior, foi incumbido de ir escoltar uma coluna da JAEA.
Tratando-se do último dia dos "velhinhos", o Feijão, pediu para ir integrar o pelotão do Caxito, substituindo o respectivo "transmissões", pois não queria regressar ao "puto" sem pegar numa arma e não ter saído do "arame". E lá foi ele, todo garboso, integrado num pelotão de combate.
 No regresso a Quicabo, na zona das SETE CURVAS, o nosso amigo Feijão e toda a tropa sofreu uma forte e mortífera emboscada.  Do primeiro unimog morreu logo o respectivo furriel, o amigo da noite anterior, que ficou sentado ao lado do condutor, dois soldados de negros,  não aparecendo o condutor, que era o Damas, não se sabendo do seu paradeiro. Os restantes mortos aconteceram no segundo unimog, que vinha a meio da coluna, não chegando a entrar na zona de morte o terceiro unimog. A força do combate teve o seu epicentro na zona onde seguia o unimog do transmissões Feijão, onde este e o seu colega enfermeiro travaram duro duelo com os atacantes, até chegarem reforços que os pôs em fuga.   É de notar que o dito pelotão, sendo formado por tropas oriundas de Angola (negros), à excepção do seu comandante (furriel), dos condutores, do enfermeiro e do transmissões, pouca ou nenhuma resistência terão oferecido.
De imediato foi pedida a intervenção da força aérea que disponibilizou 4 helicópteros,  sendo um héli-canhão.  Foi nestes helicópteros que duas secções de combate,  chefiadas pelos furriéis Rico e Lourenço,  do 1º e 3º pelotão da 3340, iniciaram então uma perigosa caça ao homem, nomeadamente procurando interceptar o grupo inimigo e, eventualmente, resgatar o condutor DAMAS.
Do ar, apenas vislumbrámos, durante dois dias, algumas fogueiras no meio da floresta, tabancas e lavras, mas do inimigo nem vivalma. Ficámos pois sem saber o que teria acontecido ao DAMAS, se era vivo ou morto. Só mais tarde, já depois do 25 de Abril, soubemos que havia sido capturado (o único), que ouviu perfeitamente os helicópteros que andavam à sua procura e que, em cerca de três dias, terá chegado ao Congo, em marcha forçada, tendo sido posteriormente libertado na troca de prisioneiros.
Assim terminou a nossa comissão, em Quicabo, de uma forma algo inesperada, deixando-nos a todos com uma profunda tristeza em vez da habitual incontida alegria, velando os mortos na capela de Quicabo e deixando ainda mais receosos, do seu futuro, aqueles que nos vieram render.

Lourenço/furriel da C.Caç. 3340

3 comentários:

lobo da silva disse...

O Furriel chamava-se Alcides. Era natural do concelho de Alijó.
Era um moço excelente.
Um abraço.

Lobo

caçador disse...

meus ex-camaradas só vou escrever que estive em angola de 1965 a 1967 da compahia 777 batalhao 778 na internet nem nunca vi o numero gostaria muito de ter o telefone de alguém da 777 meus queridos essa fazenda maria fernanda margarido se deus anda por ai ele nao passou nesse lugar nós saiemos da fazenda margarido ainda noite os caras já davam uns tirécos e eu era condutor ai eu falava as veses para o sr alferes ou furriel eu falava esses caras nao dormem mas eu nunca vi lugar tao ruim sou de alijo ou melhor granja de alijó se alguém ler por favor vejam se sabem o paradeiro de algum sr que era da compahia 777 ou estam todos de férias claro eu estou no brasil vai fazer 44 aninhos a uma vida e muito obrigados e saúde

caçador disse...

e belo serviço de vosso batalhao eu nao vejo o meu batalhao em lugar nenhum devem estar todos de férias eu tambem nao sou bom de internet e muito menos de computador mas meu batalhao a de numero 778 mas chegamos em angola cada compahia foi para um lugar e sei que a compahia 776 teve baixas o capitao chamava-se duque e a minha compahia era de numero 777 o nome do capitao algarvio chamava-se jose joaquim de pontes valagao acho que hoje a tenente coronel quem ler por favor me deem o telefone o meu a rio de janeiro código [21]tel. 99823281 claro que tem o código do brasil eu acho que é [555] jose guilherme alijo do douro