Quicabo - Angola

Quicabo - Angola
Foto de Vasco D'Orey, montagem de Garcia Ferreira

Encontro em Castro Daire

FOTO DE FAMILIA

FOTO DE FAMILIA

MEMÓRIAS

Trouxe comigo a memória daquele céu, do cheiro a terra húmida e dos bandos de pássaros que esvoaçavam nas manhãs frescas e nubladas pelo cacimbo.
Recordo a beleza daquele pôr-do-sôl, o ribombar dos trovões no tempo das chuvas após os fins de tarde de calor tórrido e intenso, o feérico e esplendoroso alvorecer…
 Jamais se apagará da minha memória o som dos batuques, das silhuetas dos imbondeiros, lembrar-me-ei para sempre do cheiro da  papaia madura e guardarei no meu coração a terna lembrança da Fazenda “ Margarido” e da “Maria Fernanda”, palco de tantas e tantas escaramuças que nos aguçaram o jeito  de verdadeiros guerrilheiros, lá bem nas entranhas da floresta dos “ DEMBOS “.
Os rios Lifune e o Dange abraçarem o célebre morro dos Palacaças quando no tempo das chuvas engrossavam as suas margens.



 Aos meus companheiros do B. Caç.3838.

Quase 40 anos volvidos e sinto cada vez mais intensamente a nostalgia da nossa permanência em Angola.
Seria mais lógico que no decurso do tempo tornasse mais esbatidas as imagens e as recordações das vivências que nos animavam  e dos contactos que ficaram bem gravados em cada um de nós. Mas não! De vez em quando dou comigo a sentir as imagens a desfilar na minha lembrança, como um filme que nunca mais termina…
… No irradiar das operações na “ Missão” que se sucederam, pairava sempre a interrogação: Será a vez derradeira?



Furriel Bárrios

Caro camarada Manuel Pacheco

Acabo de ler o mail que me enviou e que com a sua autorização publicarei de imediato.
Confesso que embora seja da mesma arma que o meu amigo, possivelmente até fui seu instrutor em Caçadores 5, não me recordo de si, já agora e a talho de foice sou a dizer que tenho imensas saudades do meu amigo Alves, seu furriel de transmissões e quem nunca mais vi desde que regressámos de Angola, se por acaso souber alguma coisa dele agradeço-lhe que me informe.
Quanto ao que diz no seu mail, que eu não contesto de modo algum, quero apenas dizer-lhe que o que me move em relação aos nossos encontros é apenas o convívio das amizades que criámos naquelas terras longiquas, com o apadrinhamento do isolamento que mais ou menos todos vivemos.
Pois quero com isto dizer-lhe que os discursos mais ou menos inflamados que alguns camaradas proclamam, não me dizem nada e só os ouço se quiser, o que verdadeiramente me interessa é o convívio e a amizade dos presentes que muitas vezes passam o tempo a falar dos "ausentes".
Chegado aqui, apraz-me dizer-lhe que os ditos "ausentes" são na maioria das vezes os camaradas de outras companhias, como por ex. a 3341 e é nesse sentido que no blogue tenho apelado a vossa presença.
Amigo Manuel Pacheco, resta-me apenas acrescentar que este blogue está também ao serviço da CCAÇ. 3341 quer apareçam ou não no convívio do Batalhão e se me convidarem para os vossos convívios terei muito gosto em comparecer.
Grande abraço
Garcia Ferreira

Garcia Ferreira:
O meu nome é capaz de lhe dizer algo pois ambos pertencemos ao Batalhão 3838. Pertencia á Companhia 3341 e era Rádio Telefonista. Vem isto a propósito, não me recordo do senhor, da sua insistência em que os elementos que fizeram parte da Companhia 3341 se juntem nas celebrações anuais do Batalhão.
Fui dos primeiros a aderir a este evento na década de setenta, julgo que 74, 75 no Porto, próximo do Cavalaria 6, onde compareceram alguns elementos. Quem foi o iniciador deste invento foi o ex – Furriel Oliveira, nessa altura era funcionário da PT, não sei se já tinha esta denominação, como tinha facilidades fazia os contactos. Continuei a ir a esses convívios nos vários pontos do País e fazíamos o nosso ponto de encontro à beira do mercado Bom Sucesso e dali partíamos ou viaturas próprias ou em autocarros. Como vê era um seguidor antigo. Com isto não quero dizer que a antiguidade tenha mais regalias, mas deve ser tratado como tal.
Acontece que em vários convívios, da 3341 não éramos muitos, mas éramos dos bons. Sempre prontos para o que desse e viesse, isto no bom termo da palavra, porque não embarcava em nacionalismos, em discursos fanáticos como acontecia com um ex – Soldado, referente à minha Companhia.
Como quem não se sente não é filho de boa gente, e eu julgo ser, deixei de ali comparecer e resolvemos fazer os nossos convívios. O figurino foi quase igual. O ex – Soldado, Alves, meu colega de Companhia e Especialidade desempenhava funções de polícia nas transmissões daquela corporação e avançou com a ideia de uma concentração que se deu na Buraca em Lisboa.
Em boa hora o fez. Aqui éramos todos camaradas, tirando as rivalidades das Especialidades que cada um tinha, essas rivalidades são salutares para o bom desempenho das missões para cada um dar o seu melhor. Como dizia em boa hora o fez porque matávamos saudades da nossa vivência durante vinte e três meses que estivemos isolados. Aqui o A era igual ao B e assim sucessivamente. Nenhum vinha com discursos inflamados e se o fizesse era logo calado pela maioria. Não era o caso dos convívios do Batalhão. Não havia ninguém a dizer a essa pessoa que estávamos ali com a finalidade de unir e não desunir. Não era a nós, poucos, elementos da 3341 a mandá-lo calar.
Julgo que tudo isto acontecia porque éramos órfãos de Comandante de Companhia. O nosso novo Comandante de Companhia era um Alferes e aqui sentíamos que não tinha peso para tomar posição acerca desse “orador”. Aliás o ex - Alferes Soares tudo fez para nós nos reunirmos no convívio do Batalhão e acabarmos com o nosso. Não levou a sua avante, deixou de comparecer, mas nós democraticamente optamos pelo nosso convívio anual e tem sido um sucesso.
Por tudo isto relato-lhe o meu ponto de vista, julgo ser o de todos que compõem a Companhia 3341. Pode pôr este texto no blogue do Batalhão que eu autorizo. Por um lado serve para não caírem em erros iguais aos que foram cometidos com a minha Companhia.
Quem meus filhos beija minha boca adoça.
Envio cumprimentos a todos elementos, muito em especial, ao ex – Furriel Oliveira.
Manuel Maria Ferreira Pacheco, ex – Soldado Rádio Telefonista nº. 112814/70.




Ga

CORREIO

Recebi:

Do camarada António Torres:

"Caro Garcia Ferreira

Fiquei contente por ver que há um blogue sobre o B. Cac.3838.
Embora fazendo parte desse batalhão, a minha companhia, a 3341, tinha poucos contactos com  as outras .
De qualquer modo congratulo-o pelo seu trabalho, e aproveito para enviar uma saudação a todos os camaradas do nosso batalhão. Às famílias dos já falecidos envio as minhas condolências."

Cumprimentos,
António Machado [torres.antonio.m@gmail.com]

Aproveito mais uma vez para pedir aos Camaradas da CCaç. 3341 que se juntem á família do Batalhão de Caçadores 3838, como disse anteriormente (é muito mais o que nos une do que aquilo que nos separa).

Aqui deixo um grande abraço para todos os Camaradas da CCaç.3341.
Garcia Ferreira


Do camarada José Acácio Fernandes:

"Parabéns pelo trabalho publicado,relativo ao nosso Bat. e ao Convívio da Couvelha, pois foi um dia magnifico.

Creio que existe uma gralha numa das publicações cujo título é (SETE CURVAS)
Alguém diz que o Feijão acompanhava um Pelotão da Companhia do Caxito, mas na realidade o  Pelotão que sofreu a emboscada nas Sete Curvas no dia 14ABR73 era um Pelotão do Reg.de Inf.20 (Luanda) cujos motoristas e o TRMS-Feijão pertenciam à CCS e 3340, sendo o Furriel e os Cabos e Soldados atiradores todos do recrutamento de Angola."


"Há poucos dias encontrei o JOSÉ MARIA GONÇALVES PEREIRA, de Ermidas Sado - Santiago do Cacém, que também era condutor da CCS. Diz que nunca foi aos nossos encontros mas que espera poder estar presente para o próximo.
Um abraço e até breve."

José Acácio Fernandes [joseacaciofernandes@gmail.com]
 
Um grande abraço para o Acácio Fernandes,
Garcia Ferreira


BÁRRIOS (Furriel da CCAÇ. 3242) LANÇA DESAFIO

Olá, amigo Ferreira.


Lembrei-me desta brincadeira para iniciar os contactos. Cada vez que visito o blogue da família -3838, é por demais emocionante a amálgama de sentimentos que sinto. Tem que se começar a falar da 3342.(Maria Fernanda e Margarido). O que por lá  aconteceu? Obviamente que ninguém melhor dos que os passaram por lá para  enviar relatos. E tanto haveria para contar... Onde está essa gente boa???

Quem vai reconhecer o Furriel Bárrios da 3342? Lanço aqui um desafio.

E atenção! O código de conduta é para  ser cumprido...

 Um xi coração do

 Artur Bárrios.


Nota: Para vizualizares a foto em tamanho real (ampliação com leitura do texto) clica com o "rato" em cima da mesma. Espero que aceitem o desafio do Camarada Bárrios.

REGRESSO (CHOQUE)

Caros Camaradas e amigos,
Com a apresentação das minhas desculpas por esta longa ausência, especialmente ao Bárrios e ao Pires, estou de volta ao trabalho e ao nosso blogue.
O título desta postagem é correcto, choque e não chique, as imagens que se seguem a estas linhas justificam o referido título.
Agradeço ao Pires o seu envio.






Os agradecimentos ao Aniceto du Pires e ao seu irmão que nos proporcionou estas imagens.
Até breve...
Garcia Ferrreira